quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

O melhor disco de... [raios, o que se passa comigo?]


Um russo com nome de Holy Palms fez um disco do caraças! Lançado em digital e em k7 pela italiana Arte Tetra, soa a um "up grade" dos Secret Chiefs 3 ou ao disco novo que nunca irá acontecer dos Çuta Kebab &Party. Mais do que isso, é um labirinto...
Metam a versão k7 de Jungle Judge (2016) em "loop" no vosso leitor (ok, na treta do leitor mp3 também serve em "loop") e vão sentir que estão andar à roda pelo deserto - sim, aquela imagem típica de quem se perde no deserto - e que ao descobrir as pegadas feitas anteriormente, ao contrário do normal, não haverá desespero mas antes alegria em identificar alguma parte desse deserto.
É um disco que tem o exotismo ao gosto Muzak, ao mesmo tempo que é denso em informação. Ouvem-se guitarradas Surf ou Metal (Secret Chiefs 3 sem tirar nem por) com ritmos manipulados tradicionais e Hip Hop / Techno (Çuta!) sempre em constante mutação, o que torna cada faixa difícil de identificar. Ao todo é uma hora de música instrumental de metamorfoses várias que estimula uma audição constante, ora para o festão/ orgia ora para o repouso de sofá / "siesta". Acredito piamente que se pode passar isto a toda a hora num "shopping" ou naquelas lojas de roupa durante um ano que tudo seria diferente e mais interessante.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

O melhor disco de 2017 é de 1967



O Kárlon que me perdoe mas o disco dos Devil's Anvil - Hard Rock From The Middle East (Columbia; 1967; reed. Rev-Ola; 2009) - é um concorrente para melhor disco do momento para qualquer um que o descubra.

Há 10 anos escrevi sobre eles mas designados por Kareem Issaq & Middle Eastern e tenho pena que não escrito isto: a malha deles é tão potente que quase apetece vestir um cinto de explosivos e suicidar-me para dentro de uma carrinha de transporte de putos israelitas. Isto era sobre outra banda muito boa que desconfio que não se chama Raks... Ainda assim escrevi que o tema deles na colectânea: numa língua incompreensível usa um "fuzz" infernal e um andamento mortal, Besaha é o nome desta petita de ouro negro!

10 anos depois lembrei-me de procurar pela banda e descobri que tinham um álbum inteiro! Yes! Comprei o disco em formato CD baratinho claro, não há cu para pagar balúrdios pelas edições originais e tal. No CD vêm a história todo do grupo... É malta árabe e norte-americana de Nova Iorque que fazem fusão de Rock e Folk árabe (usando instrumentos tradicionais). Tiveram um azar com a carreira porque lançaram este (único) disco no meio da guerra entre Israel e os países árabes. Ninguém quis pegar neles. Com as ondulações típicas da música que se celebram na voz, ritmos e cordas acrescente-se peso Rock garageiro, bem sujo e energético - oiçam o tema Selim Alai e não me digam que não é o tinido juvenil desejado!!! A combinação é explosiva (as piadas são para manter, desculpem lá) e sem uma ruga do tempo. Há quem diga que é um disco feito antes do seu tempo. Em 2017 estava fresco, em 2018 vai continuar a bombar nas colunas...

E já agora: FREE AHED TAMINI!!!

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Melhor disco de versões de sempre


Sempre foi e sempre será e quem disser o contrário que vá ouvir Lady Gaga... Virus 100 (Alternative Tentacles; 1992) comemorava os 10 anos da editora de Jello Biafra (Dead Kennedys) e o seu centésimo disco. Sendo os DK o "alfa e ómega" da editora, como dizia algures: 16 artists stone and assassinate these hardcore classics! 
Os álbuns de tributo e versões são sempre grandes tretas em que quem faz as versões tem medo de mexer nos "clássicos" e ofendê-los, não é o que se passa aqui - os NoMeansNo tocam Forward to Death no à cappela completamente demente. Ou quem organiza mete bandas que tenham haver com o universo do estilo musical , não é o que se passa aqui: Sepultura (Death Metal), Napalm Death (Grindcore), Disposable Heroes of Hiphoprisy (Hip Hop), Mojo Nixon and the Toad Liquors (Country), Kramer (Pop psicadélico?) convivem com bandas mais próximas do Punk / Hardcore como os Steel Pole Bathtub, Didjits,... Embora realmente quase não há a tabelinha Punk / Hardcore por aqui. Quem edita discos assim nunca iria repetir temas, não é o que se passa aqui: Faith No More e as L7 tocam Let's Lynch the Landlord mas cada versão mais diferente que a outra, as L7 tocam o seu Rock sujo enquanto os Faith No More transformam o tema numa peça Cajun, completamente longe do que Metal de Fusão que tocavam na altura. De resto o que dizer mas malhas pervertidas de Alice Donut e Neurosis?
No mundo burocrático do algoritmo dos gostos nunca se poderá fazer um disco assim. Temos pena...