domingo, 31 de dezembro de 2017

Suomis cubanos


Já sabia dos Força Macabra, banda Hardcore finlandesa que canta em português brasileiro sem saber a língua. Agora apanhei os El Septeto que são finlandeses a fazerem música cubana tradicional, mais verdadeira que os próprios cubanos. Que país fodido da cabeça... Que saiba só existe este CD: Somos El Septeto (Mipu; 1993). Para quem não tinha música para a festa de hoje... Bom Ano Novo!!

MPT 2017


Karlon : Passaporti (Fazuma; 2016)
K-X-P :  III part II (Svart; 2016)
Devil's Anvil : Hard Rock From The Middle East (Columbia; 1967; reed. Rev-Ola; 2009) 
10 000 Russos : Distress Distress (Fuzz Club)
DJ Zoologist : The Animal Musicians (Urbsounds)

espectáculos
Billy Wilder : Sunset Boulevard (1950)
Sally Potter : Orlando (1992)
Artistas Unidos : A Estupidez de Rafael Spregelburd (24/01)
Manu Louis + Yves Tumor (Festival Tremor; 8/04)
Valerio Zurlini : O Deserto dos Tártaros (1976)



livros
Alberto Manguel : A Biblioteca à Noite (Tinta da China; 2016)
Jesse Jacobs : They Live in Me (Hollow Press)
Susan Sontag : Ensaios sobre Fotografia (Quetzal; 2015)
Ulli Lust : Hoje é o último dia do resto da sua vida (Martins Fontes; 2015)
Asper Jorn : A Roda da Fortuna (Frenesi; 1996)

revistas
Almanac for Noise & Politics 2016 (Praxis; 2016)
Cleópatra (Façam Fanzines & Cuspam Martelos), de Tiago Baptista
Wire
Raw Vision
La Revue Dessinée

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Suomis velhos


A recente visita do Tommi Musturi à Mundo Fantasma deu numa prenda catita: Chief (Svart; 2016), segundo disco dos Talmud Beach. A primeira audição irrita bastante, parece que fui parar a um LP dos Eagles of Death Metal com aquele Blues contemporâneo, "clean" e branquelas. Convenhamos, são os piores temas do disco, os temas mais ritmados e roqueiros. Eles próprios admitem que já são velhos demais para curtirem estas vidas loucas - e ainda só devem ter uns 40 e tal anos, finlandeses velhadas! Ainda por cima dizem isto quando um deles até toca nestes javardolas... Os temas mais calminhos são bem bons! Mais Folk que Blues, mais psicadélicos que presenciais, são músicas de Natal para estar a ouvir num jantar com amigos em casa a comer "crumble" ou com a gata a ronronar enquanto se lê um livro do tipo "coffe-table". Sim, música de quarentões calminhos... Kiitos Tommi!

domingo, 24 de dezembro de 2017

Fuck Xmas, I got McKenna


The Shamen c/ Terence McKenna : Re: Evoltution (One Little Indian; 1993)

É Natalixo em 2017 e continuamos a foder o planeta com prendas inúteis numa cerimónia falsa de um deus falso (espera, todos os deuses são falsos) criada por uma igreja com milénios de savoir-faire em matéria de corrupção. Em 1993 o psiconauta McKenna e a primeira geração da cultura Rave acreditavam que iriam mudar a sociedade com as ferramentas digitais & web, psicadelismo & música repetitiva (xamanismo techno), drogas & comunidades. Cá estamos em 2017 outra vez à beira de uma guerra total - convenhamos que a queda do muro de Berlim aliviou muita gente após décadas de terror mas voltamos a ter Neros no poder - com o fascismo disfarçado ou não de Democracia, desastres ecológicos, consumismo desenfreado, individualismo cego, doenças psicopatológicas mais perigosas de sempre (que safoda, vou despenhar este avião com esta malta toda cá dentro) e claro com deuses mais falsos do que nunca. Papai nóel, este ano quero uma metralhadora e uma série de granadas para festejar prá rua cheia de turistas estúpidos. É isto 2017.
Este Maxi é uma área de conforto, uma cápsula do tempo que se pode ir lá sentir promessas não cumpridas - McKenna morreria em 2000, talvez com optimismo porque viu a cultura digital a bombar utopias e nunca saberia do 11 de Setembro que veio desviar de vez qualquer esperança de paz mundial. São cinco faixas de House/ Techno muito "british" (cheio de "bleeps" brilhantes) com o senhor a debitar mundovisões de optimismo freak, em estúdio ou ao vivo (que cena marada, o gajo a dar sermão numa festa) e à cappela.  
Mensagem de Natal: Amigos, desliguem as televisões, minem as bebidas do jantar de famelga com MDMA, ponham este disco a bombar, o dia seguinte será... diferente!

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Arte física vs Música Digital

A minha recente ida ao Porto levou-me também a gastar alguns Euros em discos na Louie Louie que estava bem guarnecida de Electrónica / Indústrial desta vez. Admito que comprei quase tudo por causa das capas e acertei nelas, na música nem por isso.

Terminal 11 já conhecia e fui outra vez na onda. Sei lá, era só 5 paus e há de se confiar em editoras como a Hymen dos quais seguem os próximos três discos aqui descritos. O CD Fractured Sunshine (2007) é um bom disco de IDM e Breakbeat caso o género em si já não cheirasse a mofo, a um anacronismo musical chato da mesma forma como o Drum'n'Bass se tornou insuportável de ouvir passado 20 anos depois. As imagens de paisagens desoladoras que percorrem a capa, contra capa e o livrinho nada têm haver com a música. Já os pássaros da capa fazem mais sentido, o IDM / Breakbeat soa à lógica desta espécie de animais, tipo irrequieto, pouco cérebro (birdbrain?) e com um bico que pode fazer barulho quando aplicado noutro material - os pica-paus são Industrial, pá! Reparo até que as últimas quatro faixas tem títulos de "bird qualquer coisa" mas nem faz muito sentido. Seja como for, é um disco porreiro de ouvir uma vez ou outra. E sempre é melhor que ouvir discos portugueses, por exemplo.

Snog é o que todos nós deveríamos ser: anti-consumistas, anti-copyright, anti-capitalistas, anti-fascistas, iconoclastas, etc... Mas como título do CD revela - Relax into the abyss (2000) - preferimos relaxar para cairmos no abismo (do Capitalismo). Mesmo passando 17 anos a capa de Chris Woods (e outras pinturas na embalagem) fazem sentido: as grandes marcas comerciais controlam a vida do planeta e tudo o que fazemos e pensamos. Mas não me parece que é também com Snog que se muda de atitude de tão pouco imaginativo que é - não que a música seja má mas também não tem nada de outro mundo. Nem fazendo misturas novas dos temas se vai lá. E como todos os discos de "remix", é um pot-pouri de intenções e desconstruções, puzzles mal-amanhados mesmo que não se tenha ouvido os temas originais. Simpático mas sem génio.

Trevor Brown na capa! Ok, ok, ok, o CD é do Venetian Snares! VS merece respeito mas o Brown tem feito capas icónicas para os terroristas sónicos Whitehouse, já para não falar da censurada capa Once upon the cross dos satânicos Deicide. Só por isso vale este disco intitulado Doll Doll Doll (2001) mas também poderia ser Dull Dull Dull. Breakcore muito excessivo em breakbeats e batidas com sabor metálico com algumas paragens em ambientes jazzísticos, não se sabe bem porquê dado ao teor pseudo-necro-pedófilo das músicas. Uma seca, é como ouvir três CDs de drum'n'bass ao mesmo tempo. As ilustrações de Brown é que são fixes, só que são de um tamanho minúsculo que dá dó. Sabem? Merda prós CDs! Ou melhor, merda para os designers idiotas que não sabem pensar em centímetros. Custava muito ter as ilustrações ampliadas ao formato do CD tal como as pinturas de Woods no "digipack" de Snog? Dah!

Não havia cinta a identificar os Monokrom e o seu CD One fine Day in the Pyramid (Ant-Zen; 2008) mas como resistir a uma embalagem feita de gesso? ... ah!?
Noise branco como umas tirinhas virgens de múmia. Felizmente faixa sim, faixa não, os Monokrom dão um bocado de ritmo à barulheira assim a dar para o Teknoise... Quando assim é, é música para foder na cama, à bruta, sonho de qualquer "teenager" - Noise + ritmo não acham? (Senão concordam é porque nunca foram jovens normais!)
Ainda estou para perceber se vou ficar com isto. Se sim é só por causa do gesso ou se é pelo gesso mais alguma barulheira que fica sempre bem lá em casa. A verdade é que já não sou "teenager" nem a minha mulher... Hum... complicado...

E por fim... Manuel Ocampo e Skinny Puppy, yes! Provavelmente uma das melhores bandas do mundo! Mythmaker (Synthetic Symphony + Hell-O dEathday; 2007) é o segundo álbum após o regresso destes destes Industrialitas de referência após um fim nos meados dos anos 90. Se o Synth sempre foi o que mais promoviam, as mutações das tecnologias obrigam-nos a irem cada vez a serem mais artificiais. Também soam mais Pop tal como aconteceu com a carreira a solo de OhGr (membro deste "cão escanzelado"). 'Tá difícil ouvir isto sem achar que é uma chachada, nem cão nem ogre. A verdade é que os Skinny conseguem sempre um bom equilíbrio entre música funcional e experimental. Um disco que é preciso dar tempo ao tempo para entrar neste emaranhado de sons.

Conclusão: Arte 5 Música 2 - a Arte ganha. O que isso quer dizer ao certo?

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Jesus Cafetra


Fiz o cartaz para esta gentil malta da Fetra. Vai ser na ZDB, que seca, voltem lá a fazer a Noite Fetra & amigos na Caixa Económica Operária, porra!!! Isso é que era!!!

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Publicidade anarquista... cof cof cof


Já fiz esta "PUB" em Agosto para sair no novo número da revista Ideia (que saiu este fim-de-semana) mas sem a publicidade. Vai haver merda e mais uma dissidência aposto! Até lá, saiu o novo número d'A Batalha que continua com a minha nova tira CAPAM... ao menos isso!

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

CIA info 87.2


Já não me pediam para participar em calendários há algum tempo e fiz uma uma BD para o calendário de 2018 da Casa da Achada. Já saiu...


quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

The Melvins : "Neither here nor there" (Ipecac; 2004)

Depois dos "Led Zep", Black Sabbath e Napalm Death, só há mais uma banda essencial para quem gosta de Rock Pesado. Os Melvins! Este livrão é a cara deles, junta mais imagens do que texto, e o pouco que há está impresso em letra tão minúscula e a prateado que mal se consegue ler.
Pouco interessa, as imagens do "artwork" dos discos, dos cartazes ou da colecção neurótica dos seus elementos falam mais do que se calhar qualquer outra biografia escrita. Parece mais um catálogo de arte do que uma seca biográfica, ou pior, um "photo-book" de banda - embora, um "photo-book" dos Melvins seria sempre melhor do que qualquer outra banda. Estes gajos são uns monstros de riffs pesados que cagam de alto para as porras Stoner & Drone que andam por aí. Estes são os gajos que criam instrumentais narrativos que nos empurram para mundos bizarros, pequenas fantasias de plástico a derreter. O livro é a ilustração física disso tudo.
A acompanhar o tijolo há um o CD "best of" que numa banda sem "top 10" deixa de fazer sentido comercial logo à partida. No entanto é um "best of" bem esgalhado, de demo-tapes dos anos 80 aos temas dos discos Stag ou Houdini da Atlantic - uma "major" que contratou-os nos anos 90 para apanhar a vaga de "música alternativa" dessa década - passando por singles vários e claro pelos discos da casa que eles quase que criaram, a Ipecac, e que lhes tem editado quase todos os álbuns de originais desde 1999. É difícil pensar se a selecção dos temas passou por todos os mais emblemáticos, só os fãs "hardcore" é que poderiam dizer isso, como os japoneses Boris que foram buscar o nome a um tema de 1991 (aqui incluído, claro está).

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

CIA info 85.7


A fazer uma t-shirt para uma banda punk, os Systemic Viølence... Os punks preferem cães, não curtem gatos nos seus "visuais" e vou ter de mudar para... porco! Um porco bófia com um A.C.A.B. no boné! Não era melhor T.B.S.C. (todos bófias são cabrões)?
...
Enquanto desenho o porco-cabrão-bófia-morto, este gato foi para um fanzine chamado Olho do Cu... I shit you not!!!

E eis o Porco Morto!
Die like a pig!!!


que deverá ficar assim na t-shirt:


But wait! Acho que será também para um disco, patch, vídeo e o catano... foi o que me disseram, nem sei se deva acreditar... Um split com Dokuga para sair em Barroselas MetalFest, nem acredito!
...

E não é para acreditar, saiu o disco (atrasado) este mês sem o meu desenho. 
Que borregos do caralho!

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Isto é que é!


Alien Sex Fiend: "It" The Album (Anagram; 1986)

Os Alien Sex Fiend são capazes de ser a banda mais esquecida no mundo, mesmo para uma "banda de  culto" seja lá o que isso quer dizer. O que é muito estranho porque se gostam de Cramps estes tipos não ficarão atrás a nível de selvajaria sonora, se gostam de Goth / Death Rock estes tem muito mais humor e panache que os clássicos do género, se gostam de electrónica e sintetizadores ácidos os ASF sempre evoluíram nesse campo podendo ser descartado o retro-Krautrock que anda por aí. Come on! Músicas sobre cheirar a merda? Sobre não conseguir parar de fumar? É aqui! Com a vantagem de terem as capas mais selvagens do Rock, pintadas pelo demente vocalista Nik Fiend. 
Isto é "steampunk" completo, como se primitivos do Rock'n'Roll descobrissem maquinaria vinte anos antes delas serem aplicadas ao Rock. Com esta afirmação, teríamos de ignorar toda uma carreira vanguardista dos Suicide, bem sei... Comparando com eles, os ASF são mais orelhudos, graças à sua origem britânica imersa em décadas de Pop, embora os discos deles vão melhorando com o tempo, cada vez mais electrónicos e com os temas mais extensos para sugestão hipnóticas de acordo com a cartilha Rave e Techno, sobretudo na passagem para os anos 90. "It" é de 1986, fica ainda no cruzamento de Rock e Electrónica.
Se há gente a coleccionar vinilos estes serão os poucos que valem a pena fazé-lo, a música é soda cáustica, as capas são quadros para pendurar no quarto de "teenager" tardio e... caramba, não é que este LP traz um zine, para montar (!) todo mamado com BDs e "detournements" punks!? Edita-se muito neste novo milénio mas são poucos discos que são realmente necessários ouvir, ver e ler. É preciso voltar a 30 anos atrás para se curtir alguma coisa? Isto é Nostalgia!?