sábado, 27 de maio de 2017

O meu coração não é árabe


Muita polémica se gera sobre Muslimgauze, um bife que mistura música electrónica com excertos de música árabe. Defensor da causa palestiniana, o falecido Bryn Jones (o gajo detrás do nome) deveria ser só mais um parvinho autista - a julgar pela quantidade enorme de música que fez, cerca de 2000 músicas! - incapaz de separar o sentido de injustiça que sente pelo conflito Israel-Palestina do ódio anti-semita propagando pela Extrema Direita e o Islamismo Radical que mais do que uma vez se apoiam um no outro -Israel a financiar o Estado Islâmico, por exemplo. Pior de que Jones não ter uma causa humanista é ter tido um excesso de naïvité (ou falta de intelecto?) para confundir o anti-imperialismo com movimentos fascistas islâmicos, da mesma forma como o burro do Valete rapou numa faixa de 2004. Aliás, é um erro comum na Esquerda radical achar que alguns movimentos terroristas no mundo árabe ou do Terceiro Mundo são "cool" porque matam gringos, esquecem-se que se alguma vez estes grupos subirem ao poder, os primeiros da lista para o extermínio serão justamente eles, a malta de Esquerda. Enfim... 
Ouvindo Chapter of Purity (Tantric Harmonies; 2002) que reedita faixas de inicio de carreira, de 1985 a 1987, confirma-se que a música de Muslimgauze é chata e preguiçosa, Dub e electrónica ambiental sobre excertos orientais, em que se ouve mais multidões em fúria (manifestações sacadas da TV?) do que melodias hipnotizantes com cheirinho a kif - nem podia, um tema é dedicado ao "Santo" Jarnaii Singh Bindranwale que era contra as drogas. Valerá a pena explorar mais discos dele? Tudo neste CD de uma editora russa é manhoso, desde os temas que se intitulam de Hezbollah ao "artwork" pró-militarista típico dos merdinhas do Industrial Militar e Dark Folk. Ainda bem que Jones já deu o badagaio, deve ter morrido virgem e foi para o céu de Allah fazer das 72 prometidas para o suicida-bombista que cumpre o seu dever...

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