quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Laurence Yadi & Nicolas Cantillon : "Multi Styles FuittFuitt" (Bulbooks; 2014)


Acho que foi a única que trouxe da Monstre - ou melhor, a única coisa que quis mesmo trazer... Trata-se de um guia prático para dançar FuittFuitt, uma dança contemporânea desenvolvida pela Compagnie 7273 - que ainda no mês passado actuou em Portugal. O livro foi desenhado, editado e publicado pelo suiço Nicolas Robel - quem é que se lembra da exposição na CHILI! em 2009?
Esta dança é uma espécie de "punkice" na cena, liberta de formalismos e dogmatismos desta área performativa, conseguindo fazer um ponto de encontro de ideias tão díspares como citar Bruce Lee ou referir a Mohamed Matar mas é sobretudo no "Tarab" em que se focam. Esse êxtase árabe que não há palavra ocidental para a traduzir e que permite uma liberdade de movimentos e de conceitos que não se deve encontrar em mais lado nenhum... Robel fez um excelente trabalho, daqueles que merecem ser copiados por outros de tão exemplar que é, em que mistura fotografia, desenho, infografia, (a técnica de) flipbook e texto num livrinho de simples consulta que até vai ao requinte de fazer padrões árabes no corte dianteiro (o lado oposto da lombada, ou seja todas as folhas do miolo que fazem também uma "lombada") para surpresa dos seus utilizadores. Duvido que olhe para este livro para começar a dançar, mas para roubar boas ideias editoriais é quase certo que voltarei a ele...

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Free James Brown so he can run me down!

Como é que esta merda me veio parar? É curioso, na realidade comprei a um tipo português no Discogs  um CD do Maurice Louca (em breve deverei escrever sobre ele) e no envelope vinha esta colectânea de Northern Soul pela Sony em 2007. "Fixe!" pensei eu, porque não é todos os dias que um gajo recebe prendas embora nessa semana um restaurante "fast-food" deu-me 10 euros a mais de troco e aconteceu-me mais uma borla porreira noutra situação que não me lembra... e "fixe!" porque pensava que poderia gostar disto já que curto Motowns e afins. Mas falar de Motown na Northern é um grande "no no!", quem gosta deste tipo de som rejeita Motown porque esta era muito "comercial".
O termo apareceu numa forma de fixar nas lojas de discos ingleses um tipo de "Black Music" que já não era contemporânea (dos finais dos anos 60) para uma classe operária britânica que nada queria saber das evoluções do Soul para o Funk. Toda esta subcultura foi sustentada na ideia da raridade do disco de Soul que ninguém queria e mesmo a raridade desses discos era falsificada porque assim que algum tipo colocava as mãos num disco desconhecido ia reproduzi-lo com cópias piratas. O valor da música era e é puramente fetichista porque não é a qualidade da música que vale mas sim pela descoberta de single 7" esquecido e sem sucesso. Com isso toda a História do Northern Soul é uma salganhada de pretensões e reanimações forçadas, que Simon Reynold no Retromania ao explicar estes tristes escreveu e simplificou bem este movimento, para ele a Northern Soul is pop history rewritten by losers. E é verdade, a música é bimba suficiente, o som é cru e xunga, uma verdadeira segunda divisão que não morreu porque, meu querido Allah, bimbos no Ocidente é o que não falta...  Quem quiser comprar este disco que me avise, não terei saudades desta palhaçada!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Marcos na Fátima da BD!

foto de Jucifer / Julho 2007
O blogue Universo BD entrevistou-me... a fotografia foi tirada na "Disneylândia dos Católicos" da primeira vez que fui lá - cruz-credo e talvez a última espero - e que achei adequada para esta entrevista em que sentia que tinha a Inquisição em cima!