segunda-feira, 3 de outubro de 2011

TESTicle PRESSure #2, 4 (ed.: Johnny Chiba; 1996-99)

 Ainda estou para perceber porque isto aconteceu... mas fiquei em contacto com o animado Chiba e fizemos umas trocas. Depois de um climax / anti-climax final do Festival de BD de Helsínquia e regresso à residência, estavam dois exemplares do zine Test Press à minha espera na caixa de correio dos residentes. Trata-se de um fanzine de Nova Iorque dirigido e quase ele todo escrito por Chiba num frenesi de auto-referência e masturbação solipsista. El Jefe (piada latina-americana para quem se chama Jeff) fartou-se de escrever na década passada pelos vistos. E a tocar guitarra, a editar discos e o catano. O #4 é um grande calhamaço de páginas impressas em folhas de cânhamo - que inclui uma entrevista aos Ultra Bidé! A dada altura já se vomita resenhas críticas a discos, concertos, festivais e afins pelo vocabulário limitado e repetitivo do Chefe. Por todo o zine, Jeff espalha o seu nome e piadas brejeiras nas fotografias das bandas e capas de discos, de uma forma tão ingénua e só possível no mundo dos zines, que acaba por ter mesmo piada. Amigo e defensor de Mike Diana, não será à toa que capas, bds e ilustrações sejam deste polémico autor.
Não sei se já há uma denominação para quem leia publicações antigas sobre música mas a verdade é que me dá um gozo especial ler sobre discos antigos, assistir com alguma arrogância quando quem escreve se engana em factos ou nas previsões sobre uma banda. Noutros casos é confirmar quem é que estava realmente atento e acertado em classificar um disco como "genial", "excelente" ou "obra-prima" e poder-se verificar passados 10 anos depois essas classificações continuarem a ser verdade. Também têm piada encontrar referências a outras bandas que nos "passaram ao lado". Acho mais interessante ler esta tonelada de leitura manhosa do que andar de link em link pela 'net à procura de música. Acho que é sempre necessário um feltro (um editor, um crítico, um fanzine, um amigo) que nos oriente na anarquia do mundo virtual. O Chefe pode não ser o melhor crítico do mundo mas ao longo de centenas de páginas vamos aprendendo sobre os seus gostos e até aonde podemos confiar ou discordar dele.
Os fanzines são acompanhados por k7s com várias bandas. Ando louco para as ouvir porque não tenho leitor de k7s na residência. Podia escrever os nomes das bandas no Google e perceber o que me espera mas não! Serei paciente e só ouvirei em Portugal, acho que virão coisas boas daqui!

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