sábado, 31 de dezembro de 2011

10 + 1 de 2011




Halloween : A Árvore Kriminal (Sonoterapia)
Secret Chiefs 3 : Masada Book 2 : Book of Angels 9 : Xaphan (Tzadik; 2008)
Monotonix (ZDB; 27 Fev)
Feira do Jeco (Maus Hábitos; 2 e 3 Abril)
v/a: Tinta nos Nervos (CCB; Jan-Mar + catálogo)
Çuta Kebab & Party (Chili Com Carne + Faca Monstro)
Stealing Orchestra : Deliverance (YANSR)
D.R.I. (Revólver; 11 Mar)
Melanie is Demented : Melanie är Demented + MXLXNXXXSDXMXNTXD (Wormfood)
Neuro : Neuro-Trip (MMMNNNRRRG) + expo Trem Azul (24 Jun - 30 Jul)


+ Aaron Shunga : Vacuum Horror (MMMNNNRRRG)

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Daniel Guisé : "The Doors Comics" ($ociedade Radioativa; 2007)

O autor brasileiro de bd Daniel Gisé é fã dos Doors e em 2003 criou um site onde publicou várias bds sobre a banda. Mais tarde esse material foi recolhido pela $ocidade Radioativa em formato A6 - tal como a Patte de Mouche, Quadradinho, Filme da Minha Vida,... Fim da história! Tal como tenho vindo a "queixar" há uns quantos "posts" no blogue da CCC (clicar no título onde diz Brasil para aceder todos para trás), os brasileiros encaram a bd ora como algo para fazer humor ou então para psicadelia barata como se a última vez que tiveram acesso a cultura contenporânea foi nos anos 60 ou 70. Neste caso junta as duas coisas - humor e nostalgia pelos loucos 60s.
Estamos perante um enredo circular envolta dos Doors em formato de "gags" que nem sempre se concretizam - mas o próprio autor nunca pretendeu que fosse assim, puro humor. Cada "tira" é um "slice of life" mais ou menos divertido que não pretende criar uma biografia dos Doors ou do Jim Morrison [et al] mas mais um estado de espírito daqueles tempos e dos elementos da banda. Até ponto é conseguido embora no final ficamos meio insatisfeitos com tão pouco, questionando para quê todo este trabalho - também não foi muito, são apenas cerca de 30 páginas. Pior mesmo é a paginação do livro com pranchas na horinzontal para cada lado, isto é, nas páginas pares a tira é colocada de forma a ler-se prá esquerda e logo a seguir as páginas impares temos de voltar prá direita. Drogados!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

CIA info 75.0



Houve Festa de Despedida do Alex Vieira, editor da revista brasileira de "bd, punk e psicadelismo" Prego! Ontem no bar do WIP / Rua Garett, 60 (onde esteve a CHILI ao QUADRADO) onde algumas pessoas conheceram este convidado especial da 19ª Feira Laica e que não podia ir ao Porto. O Alex Vieira como artista gráfico participou em duas antologias da Chili Com Carne, MASSIVE e Seitan Seitan Scum mas é mais conhecido como editor da revista Prego que acaba de lançar o número 5 num evento off do Rio Comicon, dedicado ao "som" e onde entre vários autores da "nova bd de autor brasileira" também participo. A passagem pelo tema "som" não é inocente uma vez que Alex Vieira tem uma enorme ligação ao Punk / Hardcore.



Na festa, além de copos baratos e as melhores chamuças da cidade, poderam ver os trabalhos que Alex trouxe do Brasil prá Feira Laica bem como zines e livros de bd. A animar a festa fiz uma exceptional sessão de unDJing com os meus piores discos para serem trocados - mas tal não aconteceu por que não apareceu o habitual Dr. Gama! Alguém ainda se lembra da troca de discos?



Um excerto de uma bd que mostra a minha versão da geneologia Punk. Talvez venha a integrá-la no novo livro... quem sabe...

sábado, 17 de dezembro de 2011

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Infecção Urinária da Finlândia (VI)


E com este texto fecho os relatos sobre as minhas aventuras sonoras nórdicas durante a minha estadia na Finlândia. Na última semana ainda consegui ir a Turku e comprei um CD-R enganoso. Intitulado Avarrus Suomesa (trad.: Finlândia espacial?) de 2006 (?) é um “set” de dois DJs, Prof. Roland Fender e Prof. Megatron Holaris (ligados à bd? Adquiri numa loja de bd) que misturam músicas Pop sobre o espaço cósmico numa pespectica descendente de 2020 a 1959 seja lá como isso é possível. Pensava que era um disco do colectivo experimental Avarus, que fez a banda sonora da exposição Glömp X patente na Bedeteca de Lisboa em 2009 mas não, é uma “mix-tape” de kitsch em que o único nome conhecido é Jimi Tenor com um “tango espacial”. No fundo, isto só tem piada pelas letras que nos transportam para uma era perdida e inocente (o passado é sempre considerado inocente mesmo que tenha sido bárbaro!) em que se ainda sonhava com a conquista do Espaço. Não percebendo patavina da lingua “suomi” é mais fácil imaginar este objecto deslocando-o para uma versão portuguesa em que teriamos misturadas fatais de um tema de 10.000 anos depois entre Vénus e Marte de José Cid com a Amália a cantar o Sr. Extraterrestre seguido de Planet Lakroon dos Pop Dell’Arte, as Doce com Starlight, os Space Boys, Stealing Orchestra, etc…Talvez esta tenha sido a minha pior despedida cultural de sempre!

“Pop Will Eat Itself” é capaz de ser o melhor nome e manifesto para música urbana pela forma canibalesca e autofágica como vemos as fórmulas repetirem-se até à exaustão, com uma indústria fonográfica a gastar mais dinheiro em promover lixo do que a incentivar à criação – aliás, como seria possível de outra forma? A música é um negócio capitalista, e o Capitalismo é o Rei do Trash! Talvez pelo avanço na minha idade vou tendo menos paciência para a Pop e o Rock e infelizmente também para os outros géneros que se foram cristalizando como o Punk, Hardcore, Metal, Hip-Hop, etc… Ouvir estas formas de criação que insistem em serem eternamente jovens quando a maior parte delas já têm pelo menos 30 anos de História provocam-me vómitos e enjóos fáceis. Talvez por isso prefiro ouvir Noise, música árabe ou Africana do que a última sensação Pop sueca anunciada pelo Imbecílon… Ops! Caí na esparrela agora! Porque ando louco a ouvir Melanie Is Demented e os seus últimos dois álbuns online Melanie är Demented e MXLXNXXXSDXMXNTXD, ambos editados este ano pela sua label Wormfood. Mas como é uma coisa DIY, a imprensa oficial não vai ligar patavina, estou livre de culpa!

MID é uma “one-band man” que tem vivido em instituições psiquiátricas a gravar estes maravilhosos discos, é sueco e não finlandês mas serve para fechar este ciclo de artigos. Conheci-o em Estocolmo em 2008 durante o SPX (festival de bd alternativa) nas condições descritas nesta bd mantendo um contacto permanente com este jovem perturbado mas com uma sensibilidade Pop/Rock apurada. É aquele tipo de gajo que consegue sacar o famoso e obrigatório “orelhudo” em todos os seus temas mesmo quando canta em sueco, completando a famosa equação do “indie” Pop/ Rock para ser viciante - sem deixar de ser "inteligente".

Para mim é uma espécie de Frank Zappa pelas ideias de fusão e ruptura (não a forma superficial) em versão “bedroom punk”. Há partes da voz que lembra David Bowie, outras Butthole Surfers, onde aliás, instrumentalmente acaba por haver alguma ligação com a banda texana que na sua última fase investiram num Rock Electrónico não muito longe do que MID faz: loops, samples, ritmos Hip-Hop ou Drum'n'Bass com guitarradas balizadas entre o Blues e Rock. Enquanto os Butthole desapareceram sem glória, MID tem todo o sangue na guelra e sente-se a poderosa evolução de registo em registo. As letras tratam de assuntos endérmicos de quem escolheu o Rock como expressão criativa, passando por uma forte crítica ao negócio fonográfico e as suas bandas atrasadas-mentais, ao fascismo dos Sociais Democratas, à Globalização, aos abusos da polícia e à apatia social. MID escreve numa componente autobiográfica e irónica que é contudente e longe da futilidade do “teenage love” ou “teenage angst” como 99% da música que se ouve. Quando ele dedica um tema ao Batman não é para se armar em Gótico da pacotilha mas para criticar o alter-ego da personagem, Bruce Wayne, que é um filho-da-puta de um beto rico. Quando canta um tema sobre pastilhas elásticas não é para celebrar o gozo de mastigar este produto pueril mas para lembrar que ele é feito de dinheiro sujo de países explorados do terceiro mundo.

O estranho é como ele o faz de forma armadilhada onde podemos encontrar em doses idênticas de militância, energia, crítica, astúcia, empatia, desordem, desobediência e humanismo. Características de um verdadeiro artista. MID é um “filho de uma colisão cultural” (roubo descaradamente a expressão ao meu tema favorito dos Urban Dance Squad!), que obviamente tanto se passa a ouvir Stoner Rock como Gangsta. Um híbrido da civilização Ocidental que não se alinha no conforto zombie da boa integração social, especialmente o da sueca que pretende que os seus cidadãos sejam humildes e que escondam qualquer forma de exibicionismo. Ora isto é uma missão impossível para este tipo, ainda o ano passado enviou-me uma foto dele a mostrar a pila em frente ao monumento (não menos fálico) do centro de Estocolmo. Havia um contexto, ainda assim, que era a comemoração dos 10 anos da MMMNNNRRRG e o lançamento do livro Pénis Assassino do Janus mas ainda assim eu não precisava de ver os seus genitais… Freud explica!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

CIA info 73.7

O novo Pindura chegou! É GIGANTE e com brinde como sempre!!!
Desta vez, de Portugal participaram eu e os camaradas André Lemos e Pepedelrey. Esperamos alguns exemplares deste louco calendário para o evento-espaço CHILI ao QUADRADO
O melhor é fazer reserva porque só haver 7 exemplares para Portugal! +info compra AQUI
...
Lá pró Brasil a malta anda-se a divertir com festas de lançamento e cervejas à borla, bandas e novidades editoriais... Mas eu já me diverti também e COMO!!!! 

 

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Eu quero que o Fado se foda!


Nigga Poison : Simplicidadi (Optimus; 2011)

Na Sexta passada, os Nigga Poison deram um concerto na Musicbox para lançar o seu terceiro álbum. Casa semi-vazia - pudera, o bilhete era a 10 euros (?) - e mesmo com o disco gratis à entrada, não se conseguiu a festa que o disco pede. Talvez as pessoas sabem que não vale a pensa ir à Musicbox porque esta casa tem uma acústica de merda, ou porque o concerto estava marcado à meia-noite (e não haja transportes públicos para os subúrbios) ou talvez apenas porque os Nigga Poison chegaram a um disco de "terra de ninguém" que deve ter afastado os fãs de Hip Hop ao mesmo tempo que ainda não atraiu o público mais generalista. A verdade é que de Hip Hop este disco nada têm, em 10 temas encontramos dois temas de Reggae/ Dancehall, um Jungle raggazado com cítara (ripanço total a Asian Dub Foundation), três temas de Kuduro e um dancehall voodoo (Sentimentu Klaru, grande tema!). Sobra... um Hip Hop Snoopy à canzana e outros dois "normais". 
Que se lixe o Hip Hop, se só o Nerve, Halloween (álbum do ano?) e Ex-Peão conseguem fazer algo de jeito mais vale investir noutras áreas que aliás os Nigga Poison já deram entender que poderiam ser geniais - refiro-me a Ke ki rapasis kre?, talvez o melhor tema de música urbana alguma vez gravada em Portugal, perdida numa colectânea medíocre e nunca regastada pela banda noutro registo nem (pelos vistos) ao vivo. Mas ao contrário do tema referido ou outros cabo-verdeanos Blackside capazes de fazer fusão de estilos, os Nigga não conseguem sair do "cada tema um estilo musical" o que faz pensar que eles não se esforçam muito, o que é mesmo uma pena.
Nigga Poison apesar da confusón-confusón que vivem ultrapassam o último álbum de Buraka Som Sistema - não é muito dificil, o último de BSS consegue ser mais estúpido que o Kuduro angolano mesmo quando um dos BSS seja cronista no Público. Confusón-confusón, rewind. Escrevia que os Nigga apesar da sua falta de direcção conseguiram fazer um disco bastante bom com temas fortes que mostram um cosmopolitismo que não existe em Portugal de forma oficial mas que existe numa série de cidadãos.
Para quem achar isto hermético, eis uma ideia do nosso Apocalipse: este fim-de-semana o Fado foi reconhecido como Património Mundial, ou seja, teremos mais histeria oficial e investimento unidireccional neste género, reforçando o cliché que Portugal é "Fado, Futebol e Fátima". Teremos de aguentar com esta porra reaccionária e fascista porque ela será a única coisa que as editoras irão apostar, para já não falar no espaço que o género irá ocupar em rádios, TV e eventos públicos e privados. O lado urbano contemporâneo não vinga porque é como uma prostituta junkie controlada por um sistema ilusório de "star system" instigado pelas empresas de telecomunicações. Paranóia? Teoria de Conspiração? Basta observar: a TMN que tem uma sala de espectáculos em Lisboa, todas elas patrocinam festivais de música, possuem estações de rádio (!) e a Optimus edita quase todos os discos de música portuguesa que não seja o Fado. As fadistas também eram umas putas há 100 anos e agora são património mundial, teremos de esperar 100 anos para os Nigga Poison serem reconhecidos como a grande música do século XXI?

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Porcalhota (3/3)


Mas as verdadeiras pérolas adquiridas na minha visita à Amadora não foram adquiridas na Carbono Amadora mas sim numa loja Cash Converter!!! Pelos vistos Lisboa é luxuosa demais para este tipo de negócio existir na capital mas num subúrbio de características pobres como o da Amadora ele é enorme - que lojão! E aconselha-se a visita para quem gosta de música africana, música essa que como sabem é escamoteada pela sociedade racista portuguesa, uma vez que a comunidade africana existe em peso naquele concelho e deve frequentar a loja para despachar CDs.
A 2 euros cada CD consegui levar sons de São Tomé e Príncipe (título do CD) por Izék Costa (Ovação, 2006), Guiné Bissau por João Rodolfo em Nha Terra (Sons D'África; 2006?) e Cabo Verde com a colectânea (?) Cabo Love / Ramed D'Amor (Islands; 1997)... CDs e músicos que não fogem ao "template" do Afropop do sintetizador para dança roça-roça. Não conseguem ultrapassar os monstros Tubarões, Bonga ou FerroGaita mas para alguém como eu que começou a ter nojo do Pop/Rock-mongoloid-Pop-Will-Eat-Itself em geral, é um bálsamo ouvir isto... Também falta a secção de metais para a coisa ser mais quente e rica. São trabalhos baratos, pensando melhor sobre o que se ouve. O mais interessante deste lote poderá ser o Rodolfo que lhe dá em ritmos afro-latinos embora a vertente "sexy" vai todo pró Cabo Love que rebola tanto que já se sabe que vai acabar em Q+A (Queca + Amor) - quantas bandinhas de brancolas do Electro têm poder Q+A? Quase nenhuma!
De resto informação na 'net sobre os músicos é impossível, como sempre, embora as capas dos discos foram bastantes fáceis de encontrar. Entretanto encontrei isto que significa o fim de uma Era na música africana:

Infecção Urinária da Finlândia (V)


É verdade que basta um “clique de rato” – já um anacronismo por causa dos botões dos portáteis – para acedermos ao Rock dos anos 60 da Coreia do Sul ou ao EBM norueguês dos anos 90 ou (inserir um género musical, uma década e uma nação) sem ter de viver no espaço-tempo circunscrito. A cultura digital permite um “eterno presente” sobre qualquer matéria mas não substitui a descoberta de objectos culturais físicos, sobretudo numa viagem ao estrangeiro. A minha viagem à Finlândia, entre Setembro e Outubro, foi uma residência artística numa terra longe de lojas ou sítios de concertos, por isso o meu consumo de música finlandesa foi homeopático. Acedi a discos quando consegui sair da residência, como por exemplo, em meados de Setembro, estive no Festival de BD de Helsínquia, a representar a Chili Com Carne e MMMNNNRRRG, e fui à Digelius sacar mais “Histeria Árctica”. Durante o Festival propriamente dito também adquiri algo mais, na tenda dos zines talvez por ser um inferno para ver as coisas como deve ser devido à pequena dimensão do espaço para tantos visitantes, acabei não por comprar BD mas CD! O que não me chateia muito, não dou tanta importância à cultura bedéfila como isso...

Comprei o primeiro álbum de Arka, Naamio (Siko Records; 2009) pelo seu aspecto curioso que acaba por ter alguma raiz Pop de bd... É embalado em cartolina cinzenta onde está colada uma mascara de ladrão ou de super-herói (tipo Robin), para sacar o disco da embalagem é preciso despregar o botão da fita da máscara. Depois disso temos música electrónica que faz passagens pelo Acid-Jazz e pelo Lounge Glitch, lembrando alguns foguetes lançados no passado como os Sad Rockets ou os conterrâneos Space Rockets – dos quais aconselho o mini-disco Bez Kalhotek. Para dizer a verdade nem sei ao certo se Arka é finlandês, quase nenhuma informação existe na internet, a pouca que há apresenta um deus sírio ou uma língua criada em 1991 para um jogo japonês. Sobre esta também existe pouca informação, apenas que é a língua com mais palavras inventadas (cerca de 15000). Arka, o projecto electrónico também é um mistério de intenções que não se porta bem na sua produção, muitas vezes colidindo com a experimentação e o psicadelismo. Não seria um CD que deixaria tocar num hall de hotel!

Supondo que Arka seja finlandês, fará sentido o tipo de som que desenvolve. A tradição de música experimental na Finlândia é longa, bem difundida (pelo menos nacionalmente), de qualidade e cheia de “heróis” ou figuras distintas como Pekka Streng (1948-1975), rapaz do campo que veio prá “grande cidade” de botas de plástico - como se identifica um finlandês numa multidão? Pelas botas de plástico! Morreu jovem, vítima de cancro, mas foi basilar no Rock Progressivo finlandês por misturar Folk, Jazz, Rock e música experimental em dois álbuns apenas, o primeiro com a banda Tasavallan Presidentti, Magneettimiehen Kuolema (trad.: A Morte do Homem Magnético) de 1970 e o segundo Kesämaa (trad.: Casa de Verão) de 1972, ambos pela lendária Love Records, foram reeditados em CD em 2003 com temas extra. Canta na língua que só 5 milhões de podem perceber, fazendo a sua percepção complicada para os outros humanos! Mas não deixa de ser uma experiência curiosa ouvir os discos mesmo não percebendo as letras. Na essência ouve-se uma música acústica, quase sempre calma e contemplativa, de texturas pastorais com rasgos de Jazz, de sons concretos e loops numa altura que não era habitual fazer loops,... sobretudo o primeiro é mais virado para experimentação e merece o seu estatuto seminal. Alguns momentos podem ser mais irritantes por alguma exaltação vocal – numa língua que nada nos diz – o segundo sinceramente mais acústico e tranquilo tem uma coerência formal que resulta melhor. Curiosamente uma das faixas tem uma letra da Tove Jansson, criadora dos emblemáticos Moomin, personagens de livros infantis e tiras de bd dos anos 50 - estas últimas têm sido reeditadas e premiadas no Canada e França.

Para finalizar, outro disco Prog de 1972, considerado la creme de la creme do género na Finlândia, a estreia homónima dos Haikara – reedição em CD pela Fazer Records, em 1998.  Também cantam em finlandês e podem ser posicionados entre os King Crimson e os Magma. Pessoalmente acho as primeiras duas faixas parvinhas por serem circenses ficando o melhor do disco nas últimas três restantes músicas que entram num registo psicadélico, com cada tema a chegar aos 10 minutos, cheio de maneirismos Jazz, numa atmosfera cool. A capa também é porreira, faz-me pensar o quanto melhor será este disco em formato LP!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Porcalhota (2/3)

Já me esquecia que na ida à Carbono Amadora houve também umas trocas que resultaram em vinil - uma cá da terra e ligada ao dono da loja - e este EP dos ingleses The Meads of Asphodel, Life is Shit (Firestorm, 2007). A banda é bem considerada pelo mundo Metal não porque use armaduras medievais, é reconhecida por ser Black Metal Prog, e em algumas faixas ouvidas em myspaces & youtubes, percebe-se porquê: Black cheio de mudanças ritmicas e a inclusão de "orientalismos" bem fundidos com o resto. 
O problema deste EP é que é uma piadita, ou seja é o EP de versões de temas Punk manhosos que não convence nem Punk nem metaleiros. Daí a edição limitada e assinada pelos elementos, provavelmente lançado pela "label" da banda. É só para os fãs que engolem tudo. Temos temas de Stiff Little Fingers, Ruts e Stranglers, ou seja, menos Punk não podia ser também. E temos ainda participações de elementos de outras bandas como um ex-Hawkwind importante e o vocalista dos japoneses Sigh. É um disco que serve para vender no e-bay.

Porcalhota (1/3)



Antes de ir prá Residência na Finlândia, decidi despachar todos os livros e discos que andaram moribundos durante "n" Feiras Laicas... E despachar não significa ir sacar guito mas sim trocar por mais lixo cultural à procura de pérolas esquecidas por todos ou apenas desconhecidas por mim. Uma das hipóteses foi a Carbono Amadora , apesar de conhecer um dos sócios - que faz parte dos [f.e.v.e.r.] - não me apetecia muito ir à Porcalhota que nem se quer para ir ao seu Festival de BD vou há 3 anos... porque infelizmente os CTT fizeram merda e da grossa com a entrega dos discos dos Çuta Kebab & Party e tive mesmo de ir lá! Levei uns quantos CDs e trouxe mais uma série de deles que mal consegui ouvir porque dias depois estava a ouvir "suomi". Eis finalmente o relatório de aquisições e por ordem alfabética:
Abe Duque : So underground it hurts (Abe Duque; 2004) estava na secção do Hip Hop sem querer e sem querer trouxe a pensar que seria isso. No no! Techno e Big Beat que poderia ter sido útil no Pinhal Novo... Quem ouve esta merda em casa? Eu não...
Beenie Man : Undisputed (Virgin; 2006) também estava na secção do Hip Hop só porque é preto mas ao menos este sabia que levava o "Rei do Dancehall"... Embora esse auto-proclamado título pudesse ser verdade há 20 anos não creio que agora ou em 2006 fosse verdade - o Sean Paul já levava o título em 2002 com o tal disco que roubei no Pinhal Novo. Disco básico com o Rei a não se aguentar nas canelas ao ponto de se rebaixar pedindo o apoio do vomitante Akon numa faixa, para além de tentar conquistar novas terras como o Reggaeton e o House manhoso sem inspiração. A melhor faixa é quando entra Lady Saw, claro, não fosse ela a... "Rainha do Dancehall"!
Chullage : Rapresálias : Sangue Lágrimas Suor (Lisafonia; 2001) E se Beenie Man é o Famous and Dandy (Like Amos and Andy), Chullage será o oposto - a "CNN dos negros"? Embalado por uma militância bacoca sobre o género musical Hip Hop e a sua cultura, acaba por criar um ponto de saturação em que por mais que a mensagem seja séria (descriminação, pobreza,...) não é possível ouvir mais do que poucas faixas. É o mal do "Hip Hop 'tuga" incapaz de inovação e de criar algo único. Pode-se criticar o sistema mas quando nos agradecimentos Deus é o primeiro a aparecer na lista, então ainda há muito caminho para percorrer... Mais um disco a evitar tal como se evita entrar num bairro social.
HawkwindUndisclosed Files - Addendum (Emergency Broadcast System; 1995) é um disco ao vivo dos inventores do Space Rock com 11 temas de dois concertos, um de 1984 e outro de 1989. Blues / Hard Rock com sons espaciais é a fórmula desta banda só cada vez que eles abrem a boca, não estamos numa nave espacial algures na via láctea mas num pub na província britânica. Farto-me de ouvir falar bem desta banda mas nunca ouvi um disco de jeito deles, azar cósmico?
Makongo : Angolan Kung-Fu (ed. de autor; 2008) foi o passo lógico depois dos Buraka Som Sistema terem inventado o "kuduro progressivo" - por acaso a Petty está neste projecto - e que acaba por ultrapassar o que os BSS fizeram nesse mesmo ano com Black Diamond. Quer o "Diamante" ou o "Kung-Fu" são histriónicos e aproveitam ao máximo o facto do mundo ter-se aberto para o "tecnho angolano" mas enquanto os BSS simplificaram a fórmula (ou para agradar as massas ou para ir mais de encontro ao Kuduro original) estes Makongo decidem ir realmente pelo "progressivo" da coisa com temas mais longos e misturadas do universo da música de dança... Não é nada mau mas parece que não tiveram sucesso - pelo menos nunca ouvi falar neles e farto de ver CDs deles em promoção. Será que Portugal ainda é racista? Hum...
They Might Be Giants : They got lost (Idlewild, 2002) e é quando reparo que a maioria destes discos foram editados pelos músicos - assumidamente como edição de autor ou com uma etiqueta! Curioso... E no caso dos TMBG até faz sentido dada a quantidade de música que eles produzem fora do mercado habitual do Pop/Rock como prova esta antologia de temas feitos pra revistas, programas de TV, um atelier de Design,... Esta é a banda que pode fazer músicas Pop sobre História, Ciência (explicar o que é o Sol é um dos seus clássicos!), Mamíferos, Classe Média ou qualquer outro tema que lhes derem - é sabido uma boa série de discos e livros para a infância feita por eles também. E se como alguém notou que esta deve a única banda que é possível fazer compilações de temas dispersos sem estragar uma coerência do disco também é verdade que os TMBG há muito deixaram de ter a piada que tinham até 1992, quando dos dois Johns aumentaram o formato do projecto para banda (ou seja como mais elementos). Desde então há demasiada guitarrada, menos esquizofenia de mudanças de ritmos e géneros, não sei como é possível mas deixaram há muito de serem (tão) orelhudos e terem o elán da juventude. Creio que foi a última tentativa de os ouvir pós-Apollo 18.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Contra os canhões murchar, murchar!


Sobre o Jason Forrest clique aqui ... o alter-ego Donna Summer à venda na CCC

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

domingo, 30 de outubro de 2011

Recycling is gay (escrito)

5º Capítulo do novo livro escrito.
Respectivo name-dropping: Anal Cunt, Ecoponto, ASAE, 9/11, Deus, Infectious Grooves, k7s, Powerpoint, Melvins, Pentti Linkola, ...

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

An I been watchin' you shake dat ting


A Dona Zarzanga arranjou um verdadeiro "blast from the past" de quando ainda era GoldenShower e muito especificamente da única vez que fui expulso da cabide do DJ. 
Num bar do Pinhal Novo disseram-me que podia ter som no âmbito de um evento de BD, sabia que ia lidar com um público generalista, por isso não ia poder por Brujeria ou Einstürzende Neubauten a matar. Apesar de estar a passar Dancehall e Hip Hop, de 10 em 10 minutos o dono do bar, os empregados e o público vinham perguntar quando é que ia começar a passar House! O cabrão do dono até arranjou um DJ sobressalente (de House!) que ficou nas minhas costas! A dada altura fiquei totalmente nervoso que entornei uma imperial no amplificador, resultando na minha expulsão oficial. Gamei um CD do Sean Paul (bem bom!) como vingança e soube que passado alguns meses o sítio ardeu... Ainda bem, era uma porra cheio de gajas a cairem ao chão às 22h prontas a serem violadas por gajos de manga cava paneleiros sem puderem sair do armário e como tal prontos a morrerem num racing na ponte Vasco da Gama! Talvez a única coisa boa daquilo foi que o Esgar Acelerado conheceu o João Maio Pinto para continuar a série de bd Superfuzz no Blitz-jornal... Pensando melhor, o Superfuzz era também uma valente porcaria com ou sem Pinto...
Tenho mesmo que voltar para Portugal? Não arranjo lugar de DJ residente num bar no bairro de Kalio em Helsínquia? Bêbados por bêbados pelo menos não percebo finlandês! Eventualmente: perkele!

Lost & Found (escrito)

5º Capítulo do novo livro escrito.
Respectivo name-dropping: Tracey, Instituto de Pescas e do Mar, Bedeteca de Lisboa, colecção, Andrew Keen. Agustina Bessa Luís, Dodgem Logic, Feira Laica, Livraria do Simão, Bíblias portáteis, Industrial XXX,  EBM, Troca de Discos, Ministry, Psychic TV, Kalervo Palsa,...

Sapatolândia


Quando voltar a Portugal, prá semana, o primeiro sítio onde deverei ir é à Sapatolândia, sapataria barata na Almirante Reis mas que faz parte da cadeia de lojas Guimarães, para ir comprar umas novas sapatilhas. As que trouxe, depois de três anos (?) já tinham buracos enormes... Sabia que ao trazê-las para a Finlândia iriam para o lixo mas deram jeito usá-las e sempre volto mais levezinho!
A ideia sempre foi trazer o máximo de livros para divulgar por estes lados, trouxe o mínimo de roupa, sabendo que na Finlândia há imensas lojas de roupa em segunda mão. Já os sapatos, os preços são proíbitivos, não admira que os "bifes" quando vão a Portugal vão sempre às compras, em especial às sapatarias.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Infecção Urinária da Finlândia (IV)


Próximas aventuras suomi-sonoras a escrever prá Infektion de Dezembro?...

Apostolos Doxiadis (a) [et al]: "Logicomix: An Epic Search for Truth" (Bloomsbury; 2009)

Saudade de Sauna


Tirem a Sauna aos finlandeses e tiram-lhes tudo... São os inventores da coisa e é um hábito higiénico tal como pode ser um evento social. Não é de admirar que algumas zonas residências de Helsínquia ou cidades mais pequenas como Uusikaupunki, como já vi, de repente se vejam um grupo de homens nus, apenas com uma toalha, a refrescarem-se na via pública com uma lata de cerveja na mão. Com 70ºC, suor a escorrer por todos os poros, sair da cabine de sauna pode equivaler a uma bela porrada tranquila pelo corpo inteiro... Uma cervejinha depois? Porque não? Um duche gelado? Yup! Ou... quando fomos ao ITE e passamos a noite de sábado numa casa de campo, à meia-noite saimos da sauna só de sapatos e tolha para mergulhar no lago! Ah! Que sensação maravilhosa! Só falta rolar pelo gelo depois de uma sessão como reza a lenda.
Outra coisa curiosa, nos países nórdicos (já com a Alemanha incluída) é a liberdade do corpo nu na sociedad. Nós, os latinos, temos a mania que somos descomplexados porque mostramos as banhas no Verão, acabamos por ser mais púdicos e ressabiados (graças à nojenta submissão católica) em relação à nudez do que dos povos friorentos... Que progresso teria Portugal se tivesse tido a Reforma e Pornografia Dinamarquesa invés da Inquisição e Mocidade Portuguesa!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Bálsamo


Duas ofertas inesperadas na Residência ambas sobre o autor de bd e pintor finlandês Kalervo Palsa (1947-1987). Figura acarinhada pelas instituições e pelo público depois da sua morte e exibição no importante Kiasma - à qual foi oferecido o enorme acervo do artista em 1999. Palsa morreu no seu miserável atelier na Lapónia, de onde era natural, devido a uma pneumonia agravada pela depressão e alcoolismo. As bds e pinturas que fez são violentas e com um estilo gráfico "brut" cheio de pilas que podem lembrar Mike Diana - ambos admitem influência de S. Clay Wilson, curiosamente - mas Palsa é mais iconoclasta e intelectual. Dizem que existe centenas de bds inéditas no arquivo do Kiasma - e claro, como sempre os idiotas não sabem o que fazer com toda essa bd... 
La mort et la passion : bandes dessinés du Cercle Polaire (Câmara Municipal de Kemi; 1989) é um álbum que reúne bds entre os anos 60 e 1977, a única edição em língua não-finlandesa. Kalervo Palsa : Teinen tuleminen / Resurrection (Kiasma + Like; 2002) é o catálogo bilingue (finlandês / inglês) da exposição no Kiasma, reproduz quadros e desenhos, publica excertos de diários do artista, artigos sobre ele, biografia, etc...
A minha querida So What Saloon disse-me nesse dia: "já viste o tipo de coisas que tu atrais das pessoas? eles toparam que gostarias desse tipo de arte...". Ok, aceito essa ideia... Mas dois filandeses à mesma hora e dia a oferecer ao mesmo tempo livros do Palsa é no mínimo cosmicamente estranho!

Diggin' (escrito)

4º Capítulo do novo livro escrito.
Respectivo name-dropping: Capitalismo, Nightstick (Relapse, Lydia Lunch, Pink Floyd, Funkadelic), Thomas Benhard, Lusomundo / Diário de Notícias / Warner, Catch 22, Nostalgia, Nuno Markl, Thisco, Cristo...

domingo, 23 de outubro de 2011

A momentary Relapse of reason

Candiru: "Unloved and Weeded out" (Release / Relapse; 1992)

Os Candiru eram uma dupla de norte-americanos, gravaram este primeiro álbum e acabaram em 1995 PONTO representam o "bom-mau" som possível fazer antes dos pro-tools e a limpeza que a música urbana iria sofrer na década seguinte PONTO E VÍRGULA são menos opressivos que os Godflesh e até um bocado mais "free" e ecléticos. Já podia esperar algo assim quando comprei a 3 euros na The Bizarre Shoppe (em 2007) PONTO não comprei pela banda (não conhecia, claro) mas pela "sub-label" Release TRAÇO selo da Relapse para material fora do contexto Metal, ou seja, ambiental, Noise, experimental e industrial PONTO interessantes mas acabei por gravar algumas faixas numa k7 qualquer e despachei o CD por um Euro no Hei Joe depois de sei lá quantas Feiras Laicas e antes de vir prá Finlândia RETICÊNCIAS É fodido ser o rodapê da História PONTO-FINAL

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Salmiakki


Os finlandeses ou os nórdicos bebem como uns cavalos... Ou pelo frio ou pela depressão, tem uma relação com o álcool muito menos saudável que... pelo menos os portugueses. Não é "happy drinking" é mesmo para partir a cara. 
O Salmiakki é um licor de alcaçuz que sabe a doce e salgado ao mesmo tempo. Bem geladinho é um docinho. Depois de alguns "shots" já se sabe o que vai acontecer - talvez cantar o Tango finlandês! É uma bebida que fez furor entre os jovens do secundário nos anos 80 segundo a lenda... Acredito! Negro como tinta da china, o líquido é embalado em garrafinhas catitas, que qualquer finlandês leva consigo quando vai beber copos porque mesmo para os standards económicos a bebida é cara nestes países. É menos cara na Finlândia do que na Suécia, neste último país, é sabido que as pessoas fazem bebidas caseiras (por isso extremamente alcoólicas) em que basta misturar no consumo uma cerveja comprada num bar para transformar os suecos em Zombies completamente estúpidos e sem piada. Mesmo com os extremos dos finlandeses durante o frenesi alcoólico que vai desde do psico-drama-descarga-emocional à total palhaçada divertida (os finlandeses gostam de diversão, deve ser a costela russa!) acho que bebem melhor que os suecos zombificados, daí eu de não gostar da noite sueca (ou pelo menos a de Estocolmo). Na Dinamarca voltamos à civilização europeia, copos baratos e acessíveis mas sem extremos, pelo menos foi o que pareceu... 
O que mostra o que acontece quando se proíbe algo (ou torna-se o seu acesso difícil) como acontece na Suécia, as pessoas arranjam coisas piores e mais baratos com resultados piores a nível de saúde e de sociedade. Seja como for, é certo que o alcoolismo afecta estes países, na Finlândia todos se queixam de que se gasta muito dinheiro com este problema ou as pessoas apresentam um passado problemático com familiares ou amigos alcoólicos. É um assunto delicado por estas bandas... E apetece-me um copito depois de escrever sobre este tema...

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

08.10.11 09.10.11 (feito)


3º Capítulo do novo livro concluído.
Respectivo name-dropping: Saari Residence, Zines, Igreja Católica, Biblioteca Nacional, J.G. Ballard, Turku, Alfa Antikav, 8 Raita, Pekka Streng & Tasavallan Presidentti, Aki Kaurismäki, Mikko Orpana, Austrália, Vila Nova de Poiares, Pindura, Lx Comics #2,...

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Hora de ponta em Copenhaga

 Bicicletas em fila dupla no meio da cidade de Copenhaga... ehm... não! Em fila duplicada vertical! Esta é a primeira imagem que tenho da cidade ao chegar lá no Sábado. Depois foi só (boa) neurose
Curiosamente este problema do estacionamento de bicicletas li num jornal quando me preparava para ir pela primeira vez a Mälmo (Suécia) no ano passado. Aliás, no mesmo jornal a segunda coisa sobre Mälmo que fiquei a saber era que andava por lá um serial-killer a matar estrangeiros. Mälmo é a cidade sueca dos emigrantes e a 20 minutos de comboio de Copenhaga. Na quinta vi os (lendários) Legendary Pink Dots, Sexta estive em casa de brasileiros/ suecos / chilenos / argentinos / ... onde todos falavam português em matracada-babel.
Sábado era dia de descobrir a capital da Dinamarca, país que nada de sabe a não ser do Lego, os Aqua (têm um novo álbum, meus amigos!), uma obscura banda gay disco que não me lembra o nome (irrelevante diga-se)... Bom de escandinavo parece que só têm a neve, louras barbies, o mesmo sistema de reciclagem de latas e garrafas... de resto são europeus à séria: relaxados,  cidade suja, confusão, melhor ganza da Europa, estrangeiros por todo lado e claro o maior bairro anarquista do mundo, Christiania - que prova que não é preciso o Estado para nada para haver organização social e vida de qualidade, basta seguir apenas algumas regras proibitivas como não fotografar, não correr e não tomar drogas duras - leis perfeitamente ajustadas ou não são estes os 3 males da nossa sociedade?

 <--- a bandeira da Cidade Livre!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Americanices

 Eis as compras feitas na Faraos Cigarer, uma loja de bd em Copenhaga igual a tantas outras lojas de bd pelo mundo fora. No entanto é curioso, nos países nórdicos, há sempre uma secção ou caixa de descontos onde se pode encontrar coisas boas e/ou interessantes. Daí ter arranjado estes livros a metade do preço como aliás já aconteceu noutras lojas. Talvez seja esta uma das razões que raramente compro coisas em lojas lisboetas / portuguesas...

domingo, 16 de outubro de 2011

WTF


Merci Neuro!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Arabim Arabim Soudad, artista de Pepsi, youtube e do CD-R pirata


A visita a M älmo resultou na compra destas belezas numa loja árabe... Tudo lixado, tudo piratinha até à medula de Allá! O melhor som do mundo, também! Descobrir sobre esta malta na 'net? Uma carga de trabalhos... A capa (ao lado) do vendido do Wael Kafoory não é a mesma a que desenhei do CD pirata mas se fosse compraria na mesma!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

domingo, 9 de outubro de 2011

O mapa do tesouro





Sim... enterrei os dois objectos que escolhi pró novo Pindura! O calendário mais porreiro do mundo pediu desta vez que os ilustradores escolhessem dois objectos que enterrariam no quintal para serem descobertos no futuro... Escolhi dois objectos de madeira porque não realidade não quero que venham a ser descobertos. Gostaria que apodrecessem e não deixassem vestígio. Não sei se as madeiras de um bumerangue e uma faca de Vila Nova de Poiares são resistentes, espero bem que não. 
Hoje 9 de Outubro de 2011, às 11h (hora finlandesa), em frente ao apartamento 1 da Residência Saari fiz o meu exercício matinal domingueiro artsy-fartsy. Já tenho mais matéria para o terceiro capítulo do livro de bd que faço por cá!


No apartamento onde habito na Residência existe um caderno para deixar mensagens. 
Da minha parte fica um desenho onde mostra onde enterrei o tesouro "Pindura 2012".