sábado, 13 de março de 2010

CD... GO!

Estive no Porto, passei pela loja CDGo.com, - muito simpática! - e apanhei uma série de CD's em promoção, que aproveitei logo... eis os resultados que foram mais tesão de mijo do que serem mesmo bons - caso contrário porque raios haveriam de estar em promoção!? A (falta de) memória pregou-me uma partida, lembrava-me há 10 anos de ouvir os Raggasonic e achar que era de uma violência Ragga e que justificava o nome. Ouvindo Raggasonic 2 (Source; 1997) não encontrei o "sónico" só o Ragga que não foge ao "normal" do Ragga/ Reggae/ Dancehall mas cantado em francês, claro, não fossem estes tipos uma instituição em França antes de acabarem após este álbum. Continuaram com álbuns a solo e isso tudo. Será que só o primeiro disco é que é "ragga sonic"? Ou será que nos 90's eramos menos rápidos? 

Este Rock the Kasbah : Songs of Freedom from the streets of the East (EMI; 2004) foi uma coincidência cósmica... No fim-de-semana passado esteve em Lisboa um autor de bd / ilustrador Alemão, o ATAK, que me gravou um CD-R com uma série de músicas. Entre os clichés (Joy Division, Gun Club, etc...) havia uma bela versão arabesca de Rock The Casbah dos Clash por um tal de Rachid Taha... O ATAK até me explicou de onde tinha sacado a música mas nem sabia o nome da colectânea nem nada... Uma semana depois apanho o disco! Um disco na essência limpinho, felizmente eclético, "todo o público" e pouco Rock (embora isso não seja importante, é mais por paradoxo ao título da colectânea). Reunindo artistas da Algéria, Iraque, África do Sul, Síria, Malásia, Líbano, Paquistão, Egipto, Irão e Costa do Marfim, quase o que une todos os projectos é o activismo político (mais ou menos directo) dos músicos, a maior parte até perseguidos e expatriados em França e EUA. Os melhores momentos são os "étnico-arabescos" muitas vezes com Electrónica à mistura nas mãos de quem sabe: Transglobal Underground e Fun-Da-Mental, este último curiosamente com os Jesus & Mary Chain à mistura! E mesmo quando o Techno-Allah é do pior como o de Yuri Mrakadi não deixa de ser divertido e festivo. De evitar é o Rock meloso FM dos Blend e Junoon, "kebabes" das bandas manhosas Muse ou Bush. No final do CD, fecha-se com uma versão de Joe Strummer & The Mescaleros de Redemption Song (de Bob Marley) à procura do aval espiritual de Strummer que tinha morrido hà pouco tempo (em 2002). Sendo ele um "Punk do Mundo", sem ele não haveria Mano Negra e muitos outros híbridos transglobais, e mesmo muito do que aqui se apresenta seja "burguesito", restam as estórias que o influenciaram a escrever Rock The Casbah, ou seja, a tentativa dos regimes opressores de proíbirem a miscigenação cultural ou de calar as vozes dissidentes. 

  Por fim, 666 Mix (Stones Throw?; 2006) de PB Wolf é um disco que mistura metalada velha guarda (Black Sabbath, Venom, Led Zeppelin), os Quatro Couveiros do DeathCalipse (Death, Cannibal Corpse, Morbid Angel, Deicide), a velha guarda xunga (Mötley Crüe, Queensryche), os grandes Slayer, Pantera e Sepultura, Electro Industrial (Revolting Cocks, Skinny Puppy, Front 242, Nitzer Ebb, Clock DVA) e ainda The Cure, Ministry, Cabaret Voltaire, Satyricon e os Iron Monkey - caramba, os Iron Monkey, é preciso saber o que se está a fazer! Tudo razões para fazer uma grande misturada - aliás, a edição deste CD é marada porque não tem nome de editora nem "copyrights", será uma mix pirata? - mas algo falha. Não há mistura com sofisticação apenas uma mudança de disco para disco, ou faixa para faixa. Não há scratch que poderia ter piada com esta matéria-prima - só topei no Roots, Bloody Roots dos Sepultura. Nem sei se seria fixe para uma festa de metaleiros... Talvez seja fixe como "Metal 1-0-1", como os temas seguem-se uns aos outros e de forma mais ou menos rápida, é óptimo para explicar a alguém que nunca tenha ouvido Metal e não perceba a diferença entre Morbid Angel ou Deicide, ou que Slayer é assim (mais histriónico) e Sepultura é assado (mais denso)... talvez seja bom para isso! Esperava mais daqui...

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