quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Cascais Submerso

Novas aquisições na lógica dos formatos rejeitados a preços baixos (vulgo, os vinis), desta vez uma colheita feita durante a Mostra Jovem 2007, na Baía de Cascais ao som de Hip Hop e não dos vulgares Delfins.
Assim a 2€ cada disco comprei alguns clássicos do Pop / Rock internacional, a saber Avalon (EMI-VC; 1982) dos Roxy Music e Computer World (Kling Klang / Warner / EMI-VC; 1981) dos Kraftwerk, Pop estilosa em bom estado de conservação, seja o objecto em si como a música, que não precisa de botox para se manter actual e sensual. Qualquer festa fim-de-verão ficaria bem servida só com estes dois discos, Avalon durante a tarde, Computer World durante a noite e Avalon outra vez para o fim da noite e da festa...

Mais clássicos: a famosa edição The Fabulous Marceneiro (EMI-VC; 1960) com textos bilingues português/inglês a explicar que o fadista vedou os olhos com o seu lenço dado o horror que sentiu ao ver tanta tecnologia no estúdio de gravação - realmente, como não podemos ser considerados como os africanos da Europa ao ler este isto? E ainda há estupores de nacionalistas, saudosistas e nazis que acham que Portugal antigamente é que era...

E por fim, admito que comprei o disco só pela capa, e creio que a reprodução aqui à vossa esquerda diz tudo: Whipped Cream & Other Delights (A&M; 1965) de Herb Alpert & the Tijuana Brass... Ok! Comprei também pelo conceito, não se riam, os títulos ou as músicas são todos ligados à comida! Que rica ideia, ah! Os anos 60 foram mesmo uma loucura! Curiosamente, Herb Alpert foi o fundador desta editora "indie" na altura, a A&M (A de Alpert, M de Moss, o outro sócio), "major" nos dias de hoje. O som desta Tijuana Brass pode ser classificado como "easy listening" e realmente é agradável como natas encima de uma... sobremesa. 
Ah! Pelos vistos há um álbum de remisturas deste LP, Whipped Cream & Other Delights Rewhipped (A&M; 2006) mas pela capa, não deve ser bom! Por fimdeixo com este delicioso vídeo-clipe.


2 comentários:

leote disse...

epá não confundir o marceneiro com o fachismo, ele era marceneiro de profissão e foi tb operário, nasceu em 1891 muito antes de haver estudios de gravação...
Por alturas de 1941 o movimento operário inicia as reivindicações pelas 8 horas de trabalho diário (eram 12 horas diárias na altura). Em 1943 numa greve geral, à qual Alfredo que também adere, os grevistas são todos presos, entre eles os seus filhos Carlos e Alfredo que também eram trabalhadores nos estaleiros. Desgostoso com este facto, pura e simplesmente pediu demissão. É pois, a partir desta data, que Alfredo Marceneiro passa a viver exclusivamente de cantar o fado.

MMMNNNRRRG disse...

não é ele que é fascista.. onde está isso escrito? só digo que o pobre do man, como a maior parte da população portuguesa era ignorante - graças ao fascismo. Ainda hoje os portugueses vão lá fora e ficam parvos a olhar para uma treta qualquer. E se é este burro a olhar para um palácio que os fachos pedem, então não sei o que vale a pena dizer às pessoas...